terça-feira, 10 de junho de 2008

Corrupção deixa escolas sem merenda e sem banheiros

Na terceira maior cidade do Maranhão, crianças não têm o que comer na escola. E o banheiro delas é o mato. Sem merenda, alunos levam de casa tudo o que têm para o lanche: farinha, óleo e sal. Enquanto isso, a prefeitura compra 22 toneladas de uma carne que não existe.
O Fantástico visitou duas escolas de ensino fundamental da zona rural de Caxias, a terceira maior cidade do Maranhão. Nelas, a palavra 'escola' ainda faz sentido por um único motivo: as professoras, os pais e os pequenos alunos acreditam na educação.
  Carteira destruída, arteira sem assento, encosto desfolhado, vigas do teto arrebentadas. Para esses brasileirinhos, falta quase tudo. Mas, para fornecedores da prefeitura e empreiteiros contratados pelo município, dinheiro não parece ser um problema.
Enquanto isso, ir à aula pode ser muito perigoso. Crianças caminham na beira da estrada. Elas têm pressa.
O desconforto marca até a hora de ir ao banheiro, que não passa de um cercadinho de palha. Um luxo, se comparado ao mato usado pela outra escola. A escola também não tem merenda.
As duas escolas não têm merenda. Em nota, a prefeitura afirma que pode haver um ou outro caso de colégios que ainda não receberam merenda este ano.
Mas houve um tempo de fartura no município de Caxias, pelo menos, no papel. A prefeitura comprou 22 toneladas de carne em meados de dezembro de 2006. Detalhe: as crianças estavam de férias e a carne tinha de ser consumida em até 60 dias.
Acadêmica: Sarah Vasques Macedo

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